A história por trás da T-SHIRT

sexta-feira, julho 19, 2019


Já foi a época em que uma "camisetinha" era peça pra ficar em casa. Hoje vamos falar sobre o PODER da T-SHIRT e como ela é capaz de transitar do look de ficar em casa para o look gala. Se existe peça mais versátil que essa, desconheço. Mas antes, eu como uma boa curiosa que sou, fui pesquisar um pouquinho da história dessa peça tão amada. 

Já parou pra pensar na camiseta? Oras, se dermos uma rápida voltada ao tempo, é fácil perceber que ela não foi sempre usada, certo? As mulheres século passado/retrasado usavam grandes vestidos cheios de "frufus"... Quando foi, então, que a T-Shirt entrou em cena?




A história da peça não tem nada de glamourosa. Está ligada à Primeira Guerra Mundial e portanto, por volta ali do ano de 1900. Os soldados, na guerra, precisavam de uma roupa leve e fresca para usar embaixo das fardas. Até então usava-se lã, o que incomodava demais as tropas. A necessidade levou a confecção das camisetas que eram feitas de algodão e enviadas para a Guerra.

Pode isso? Aliás, vale ressaltar que no período de guerras, pela necessidade mesmo, foram "inventadas" e criadas várias coisas. 

Por volta de 1930, as T-shirts ainda eram vistas como parte dos uniformes dos soldados e feitas exclusivamente para serem usadas como peças de baixo. Até que, na estreia do filme "Aconteceu Naquela Noite", em 1934 mais precisamente, uma cena chamou a atenção do público: o galã do filme tira a camisa social e por baixo não usava nada. Oras... mas e daí! Acreditem, após isso, a venda de "roupas de baixo" caíram 40% (chocante).

Uma cena aparentemente inocente, despertou a ideia também de que na verdade, a camiseta não precisava apenas ser usada como roupa debaixo, mas também sozinha. 




Somente na década de 40 (aproximadamente 10 anos depois desse filme) o candidato Thomas Dewey, americano, enxergou nas camisetas uma oportunidade de fazer propaganda eleitoral. Pasmem! Aí foram distribuídas milhares de t-shirts como slogan político "Drew it with Dewey":




Aí, em 1951, ocorreu algo que foi divisor de águas. O ator Marlon Brando (lindíssimo, aliás), aparece de T-shirt no filme "Uma Rua chamada Pecado", sem nenhuma sobreposição por cima, e como o tamanho perfeitamente ajustado no seu corpo. Depois de 4 anos, no filme "Juventude Transviada" a sensualidade é reforçada. A T-shirt vira sinônimo de atitude e sensualidade, sendo fabricadas em sua maioria nas cores básicas como branco/ preto.

Em diferentes momentos a camiseta continuou sendo usada como forma de comunicação. Na década de 60, mais uma vez, foi usada como peça de impacto, agora como frases como "faça amor, não faça guerra" pelos hippies, que a usavam como forma de protesto. As peças então acabam tendo o condão de transmitir mensagem e foram usadas por vários grupos, com o maior objetivo de transmitir mensagens, sendo usadas também por mulheres. Passou a ser uma peça unissex. 




Na década de 70 John Lennon passa a usar a combinação de camiseta + jeans + tênis. A partir daí, a peça foi ganhando cada vez mais status de peça prática e confortável e prática. Na década de 90 a camiseta faz parte do guarda-roupas de todo mundo. Nessa década surge o auge das camisetas com logomarca, onde grifes de luxo estampas suas logos em T-Shirts.

Algumas estampas que se tornaram clássicas e com certeza você já viu elas por aí:




A imagem foi feita por Jim Fitzpatrick, em 1968 com base em uma fotografia do revolucionário marxista argentino feita em 1960 pelo fotógrafo cubano Alberto Korda, e a disponibilizou de graça a qualquer um que quisesse usá-la. Ela logo foi adotada por movimentos de esquerda, aparecendo em camisetas, pôsteres e panfletos, mas também foi usada por empresas para batizar produtos — algo que aborreceu Fitzpatrick e o levou a reivindicar os direitos autorais em 2010.




O designer Milton Glaser criou a arte em 1976 em homenagem ao Estado de Nova York, quando na época a cidade passava por uma fase difícil. Legal, né? Em 1995, ele foi o escolhido para ser o responsável pela reformulação gráfica de um dos jornais mais importantes do Brasil, O Globo. Seu estilo é conhecido por ser extremamente criativo e articulado. Glaser é considerado um homem renascentista dos tempos modernos, um tipo raro de designer / ilustrador intelectual.




Foi projectado por John Pasche em 1970 um estudante de artes que aparentemente se inspirou na icónica boca de Mick Jagger, na atitude irreverente e anti-autoridade da banda e numa clara conotação sexual que movia a juventude na altura. O logótipo foi apresentado com o álbum Sticky Fingers de 1971 e começou aí o seu reinado de sucesso indiscutível que sobra até hoje.


E é isso!

No próximo post vamos falar um pouco sobre o poder da T-Shirt e como usá-la em diferentes ocasiões nos dias de hoje. 

Espero que tenham gostado do post e das informações.

Beijos,
Priscila Schulz 




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Priscila Schulz